"No post de hoje discutiremos um pouco sobre o Linfoma.
Aproveite e escute o nosso 11º episódio do nosso ONCOCAST da LAEO no spotify."
Texto Produzido por Emilly Camila Bispo Lira.
O câncer de bexiga trata-se de uma das neoplasias mais comum no trato urinário, predomina-se no sexo masculino de idade avançada assumindo sétima colocação no ranking de casos prevalentes com total de 7.590 novos casos em 2020. O câncer de bexiga quando se limita apenas ao tecido de revestimento da bexiga, denomina-se superficial, porem pode atingir outras células, podendo ser classificado conforme o tipo celular que foi atingido, os mais predominantes são:
Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga, pode se disseminar para a parede muscular e até mesmo atingir gânglios linfáticos, é o tipo mais predominante atingindo um percentual de 90% das neoplasias de bexiga. Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongada. Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Os principais fatores de risco são tabagismo e exposição a produtos químicos como agrotóxicos, tinturas, petróleo, couro, sintéticos entre outros.
Os sinais e sintomas aparecem em casos tardios, que são disúria, hematuria, polaciúria e dor pélvica, muitas vezes podem acabar sendo confundidos com outras patologias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico poderá ser feito por exames de urina, de imagem (ultrassonografia, ressonância nuclear magnética ou tomografia computadorizada) e citoscopia (para visualização interna e se necessário retirada de células para biopsia em alguns casos até para tratamento).
TRATAMENTO
As formas de tratamento para o câncer de bexiga consistem em cirurgia, quimioterapia, radioterapia e a imunoterapia, que podem ocorrer em associação ou individual, dependendo do estadiamento e estado físico do paciente.
Tumores estadiamento 0 e 1
- Cistocospia com ressecção transuretral (RTU): método “padrão ouro” para diagnósticos e tratamento das lesões. A ressecção deve respeitar a margem de segurança (completa e profunda).
- Terapia intravesical adjuvante após RTU com BCG: O esquema de tratamento pode variar. Apresenta dados positivos de eficácia. Pode apresentar efeitos colaterais locais como disúria, polaciúria e hematúria; e também sistêmico como febre, calafrio, indisposição e rash cutâneo.
Tumores músculo invasivos estadiamento 2 a 4
- Cistectomia radical: tratamento padrão para tumores vesicais músculo-invasivos.
- Protocolo de preservação: Pacientes que não possuem condições clinicas de se submeter ao tratamento cirúrgico. Trata-se de uma ressecção transuretral com posterior associação de radioterapia e quimioterapia.
Tratamento Paliativo
Em casos paliativos o tipo de tratamento pode variar entre os pacientes, dependendo da idade, estado nutricional, de comprometimento entre outros fatores. Pode ser classificado de primeira linha que são os quimioterápicos e de segunda linha com a utilização de imunoterapicos os quais tem se destacado no tratamento de carcinoma urotelial de bexiga.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Pré-operatório: Orientação pré-operatória e preparo psicossocial; monitoração; administração de medicamento.
Intraoperatório: Montagem da sala e posicionamento do paciente.
Pós-operatório: Avaliação da dor, avaliação da ferida e curativo; cuidados com sondas e drenos; e troca de equipamentos da urostomia.
Acompanhamento na Unidade de Saúde da Família: Avaliar pele perístoma, repassar os cuidados necessários com a bolsa coletora, avaliar se há dor ou outras queixas.
REFERENCIAS:
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Estatísticas de câncer. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer. Acesso em: 03 ago. 2020.
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Câncer de bexiga. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-bexiga. Acesso em: 03 ago. 2020.
LENHANI, B.E; MERCÊS, N.N.A. Avaliação de sintomas do paciente com câncer de bexiga em cuidados paliativos: estudo de caso. Cogitare Enferm, v. 22, n. 4, p. e49867, 2017.
SIMINO, G.P.R. Câncer de bexiga. In: Santos M, Corrêa TS, Faria LDBB, Siqueira GSM, Reis PED, Pinheiro RN. Diretrizes Oncológicas 2. ed. São Paulo: Doctor Press Ed. Científica; p. 819-25. 2019.